Eu não consigo mais sentir você por perto. Você está longe e as lembranças já estão distantes, posso até dizer que elas já não me trazem a paz que me traziam antes. O que fazia bem, já não é mais suficiente, não é que agora essas lembranças – ou o que restou delas – me façam mal, nada disso, é só que elas ficaram mais embaçadas, mas essa fraca sombra que restou delas ainda consegue me fazer sorrir. O problema mesmo é que a minha necessidade de você aumentou, eu preciso do seu rosto no meu mais do que eu precisava quando comecei a escrever esse texto, mais ainda do que eu precisava ontem, anteontem ou na semana passada. Agora uma tempestade se forma dentro de mim, mas se nem as nuvens do céu conseguem segurar uma tempestade, como os meus olhos – pequenos e humanos – conseguirão? Eu só precisava de um chão, uma terra firme e instável para deixar a tempestade cair até o momento em que toda a água caísse e o sol pudesse se abrir de novo. E eu sei que você poderia ser esse chão, não, eu deveria usar palavras melhores e maiores que pudessem mostrar a amplitude que esse sentimento e que essa necessidade tomaram dentro de mim, só que eu não consigo encontrar, e se você lesse isso, eu até te pediria desculpas. Então, eu sei que você seria a peça firme e instável de que eu precisava para deter a cachoeira de água prestes a cair dos meus olhos. Desculpe mais uma vez, por não encontrar as palavras, eu sei que eu simplesmente preciso de você e eu sei que isso vai além de apenas ter alguém para aguentar as minhas lágrimas e toda a minha banal dramaticidade. Eu amo você, e talvez seja por isso que eu necessito tanto da sua presença. Então, se isso importar ao menos um pouco pra você, pode me abraçar de novo para que eu reconstrua os meus pedaços?
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